Baratas transitam por minhas costas enquanto eu durmo ao lado de um homem que conheço a menos de um mês. No sofá ao lado, minha amiga burla o frio, a fome e a dor de ser abandona por uma garota de quinze anos de olhos verdes.
Meu corpo veste bermuda e camiseta intituladas “masculinas”. Esqueci de escrever uma carta para a última pessoa que partiu meu coração. Nas vielas o funk estrala e corta noite adentro. Através dos braços brancos e velhos deste homem eu posso sentir garotas entorpecerem seus próprios corpos a procura de uma cura momentânea.
O celular toca e do outro lado não é ela. O homem limpa a garganta de olhos fechados. Posso sentir os pelos grossos e encaracolados que teimam em pular do peito do homem. Me sinto com saudades de casa.
Antes de pregar os olhos eu beijei os lábios de uma garota desconhecida em frente a um bar. O cenário era, “favela”. Lança perfume embalava o gosto da saliva que mesclava no céu de minha boca. Meus nervos tremiam envergonhados ao mesmo tempo em que endureciam de coragem e medo. Cigarros. Muitos cigarros baratos. Não, não eu não fumo, mas fumei. Eu estava triste e com saudades de uma garota que um dia também dormiu nos braços gelados deste mesmo homem ao qual me abraça sem importância nenhuma agora.
Sábado. Lua minguante. Eu disse a mamãe que dormiria na casa de uma amiga.
Não, essa amiga se alguém um dia me perguntar, jamais sofreu por outra garota de olhos verdes e cabelos de fogo.
Que bonita e pungente tragédia, Maria Vitória!
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😁💜
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cheguei a desenhar os instantes em minha mente. Uau!
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Essa noite foi meio insana Mari mas rendeu um bom texto.
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Maravilhoso
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Texto muito bonito, como da praxe, M. V. — e que supresa agradável encontrá-la ao Instagram, também.
Abraços brasilienses,
P.
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Obrigada P. R
E rapaz tu tens umas fotografias muito boas hein…
Ótimo final de semana!
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