Cheiro fétido de neurônios queimando à procura das últimas palavras chiques que ainda restam nessa memória.
Cheiro de cadáver!
Cadáver que ainda ilude-se achando estar vivo, enquanto empilha torres de reais para outros cadáveres piores.
Cheiro de gordura. Gordura que não queima. E diferente do que todos pensam, gordura crua tem cheiro. E afirmo! Não é bom.
Olho os olhos verdes, azuis, castanhos e negros. Todos eles desejam me devorar. Mas por incrível que pareça, não querem minha gordura. Logo essa que tenho de sobra.
Eles querem meus ossos para usarem de palito de dente, enquanto comem a gordura dos que têm mais reais. Reais contados pelos mesmos cadáveres já evidenciados.
Cheiros que amaldiçoam minhas entranhas. Cheiros fétidos.
Sorte a minha Deus, que me destes outros sentidos.
Faço jus aos meus ouvidos. Pois o olfato e a visão têm sido corrompidos aos poucos.
Então, ouço o sibilar da rabeca e ainda me emociono, buscando nela o poder judeu da sobrevivência desse cadáver que aos poucos perece!
PARA LER OUTROS TEXTOS DO AUTOR, MATHEUS MAESTRI DAVID
Que orgulho poder participar desse excepcional blog.
Que prazer!
Parabéns mais uma vez por essas iniciativas tão belas.
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