Como escritora, muitas vezes você pode se deparar com uma rotina mecânica. Ao escrever textos de não-ficção, muitas vezes nos rendemos a fórmulas e hábitos que funcionam no engajamento, mas podem pecar em um quesito: a afetividade.
Se você nunca ouviu falar em escrita afetiva, saiba que esse é um conceito que está em alta para quem deseja se especializar como escritora profissional. Trata-se de uma maneira de expressar suas ideias e pensamentos de maneira pessoal, a fim de criar uma conexão profunda com o leitor.
Porém, nem sempre alcançar esse vínculo é uma tarefa simples. Por isso, neste artigo, vou te contar tudo sobre a escrita afetiva, entendendo a diferença entre ela e a escrita criativa; além de dar dicas sobre como você pode desenvolver a escrita afetiva no seu cotidiano.
Vamos nessa?
O que é escrita afetiva?
O princípio básico da comunicação é transmitir uma mensagem que seja compreendida por outra pessoa ou grupo de pessoas. Na linguagem escrita, a comunicação se dá por meio de diversas ferramentas, que podem ser aprendidas e reproduzidas.
No entanto, atualmente o grande desafio das escritoras profissionais é atrair mais leitores, que nem sempre querem consumir textos criados por meio de fórmulas e repetições. Para furar essa bolha, você pode lançar mão da escrita afetiva.
Mas o que é uma escrita afetiva? Primeiramente, é uma forma de escrever sobre seus sentimentos e abordando percepções pessoais sobre diversos temas. O objetivo é gerar mais empatia e conexão na produção de seus textos. Esse é um recurso utilizado para despertar sentimentos nos leitores por meio das suas palavras.
A escrita afetiva pode revelar angústias, medos e sonhos e até entender os caminhos para elaborar ou amenizar esses sentimentos. Assim, você pode colocar em palavras aquilo que sente, mas também o que observa e aprende no mundo.
Escrever dessa maneira exige entrega e muita sensibilidade. Além disso, é necessário desenvolver seu estilo criativo, escapando dos clichês. Por meio dessa construção de sentidos, você cria uma ponte com seus leitores e mobiliza afetos.
Escrita criativa x Escrita afetiva: qual é a diferença?
Como estamos falando de atrair, reter e fidelizar leitores e possíveis clientes, talvez você esteja se perguntando: isso não seria escrita criativa? Na verdade, a escrita criativa é uma técnica mais ampla, que inclui textos com uma abordagem original sobre qualquer tema.
Embora sejam distintas, a escrita afetiva possui alguns traços em comum com a escrita criativa, como a habilidade de envolver seu leitor e a capacidade para transmitir suas ideias com simplicidade. Porém, a escrita afetiva envolve mais autoconhecimento e até exposição.
No papel ou na tela, sua compreensão sobre si mesma, sobre o mundo e sobre situações vividas viram palavra. De maneira afetuosa, as palavras podem expressar sua reflexão frente à realidade e, da mesma forma, podem expressar um refúgio diante das dificuldades.
Ao trazer fluidez e novas perspectivas para cada assunto, na escrita afetiva é possível tornar as dores e outros sentimentos mais palpáveis, por meio da expressão escrita. Escrever pode ser o caminho para se entender e também alcançar leitores.
Como desenvolver uma escrita afetiva?
Como você já sabe, a escrita pode ser transformadora, no sentido de desenvolver a própria criatividade e se encontrar com as próprias emoções. Na escrita afetiva, isso é muito comum e até algumas respostas podem surgir durante a produção de textos.
A primeira maneira de praticar a escrita afetiva é se entregar a uma produção de textos mais livre, sem medo de expor os próprios sentimentos. Para criar pontes é preciso abrir nossas travas internas e ultrapassar bloqueios. Outra dica é aprender a reconhecer suas próprias vulnerabilidades, listando desafios e aprendizados diários.
O maior ganho é gerar identificação e impacto emocional nos leitores, que podem atribuir outros sentidos ao se envolver com o texto. Esse retorno pode ser essencial para o estímulo à prática.
Mas os benefícios não param por aí: escrever utilizando a afetividade pode auxiliar na organização de ideias e sentimentos; contribuir para a saúde mental e sensação de bem-estar ao falar dos próprios sentimentos e emoções.
Como utilizar a escrita afetiva no seu dia a dia?
A escrita pode gerar sensações positivas e despertar o aconchego diante das dificuldades. O mais importante é criar abertura para que esses sentimentos aflorem e você possa expressar seus sentimentos de forma mais fluida.
Existem diferentes formas de aplicar a escrita afetiva no seu dia a dia. Por ser muito pessoal e carregada de afetividade, essa forma de escrita não possui um método ou receita pronta, mas é possível listar algumas dicas para que você inicie a escrever de forma afetiva e destravar alguns sentimentos por meio dessa forma de expressão.
Que tal começar um diário?
Se você sente que ainda está muito presa à escrita técnica ou às fórmulas do copywriting, por exemplo, iniciar um diário pessoal pode ajudar. Se você nunca teve um diário, pode começar registrando todos os dias, no horário que for melhor, os fatos do seu dia-a-dia e como se sentiu diante desses acontecimentos.
Escreva de forma leve e aberta
Para criar conexão, é essencial fugir de termos técnicos e de uma escrita “dura”. Deixe fluir as palavras de forma simples, aberta a encontrar com seus leitores. Tente falar sobre algum assunto contando uma história, com uma introdução em que pode transparecer suas emoções e até o que você pensa sobre esse tema.
Não tenha medo do seu repertório
Quais são suas memórias sobre esse assunto que você está escrevendo? Você tem alguma história dolorosa ou até mesmo engraçada sobre esse assunto? Usar seu repertório na escrita pode tornar seu texto mais claro e mais compreensível para seu leitor. Sua história é uma inspiração potente, acredite!
Não seja artificial
Na escrita afetiva, é essencial que o leitor encontre sua marca pessoal de escritora. Isso quer dizer que naturalidade é um ponto-chave. Seja você mesma, não tente construir uma outra persona. A autenticidade é o segredo para uma escrita afetiva poderosa.
Encare seus medos
Na escrita afetiva, é comum um transbordamento: de emoções, percepções, mas também vulnerabilidades. Não tenha medo de mostrar suas fragilidades, pois esse é o principal ponto: o leitor deve se conectar com uma escritora de carne e osso, não um robô.
Se seu medo for não escrever corretamente, minha principal dica é: desapegue da perfeição. Escrever sem amarras é essencial para deixar fluir seus sentimentos e se conectar com sua bagagem, sem muitas regras ou padrões.
O que você aprendeu até aqui?
Neste artigo, conhecemos mais sobre a escrita afetiva, uma abordagem que visa expressar suas ideias e pensamentos de maneira pessoal, a fim de criar uma conexão profunda com o leitor. Para escrever dessa forma, é preciso lançar mão da criatividade e sensibilidade, a fim de criar pontes por meio dos seus textos.
Diferentemente da escrita criativa, uma técnica mais ampla, na escrita afetiva há mais exposição de quem escreve, o que exige bastante autoconhecimento.
Por isso, é necessário se entregar a uma produção de textos mais livre, sem medo de revelar os próprios sentimentos. Isso inclui criar abertura para que esses sentimentos aflorem e você possa expressar seus sentimentos de forma mais fluida.
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